Fim da tarde, dois amigos sentados no gramado do quintal.
Fitando o Sol, laranja vivo no horizonte poente, derramando suas mechas ruivas sobre a cidade.
O fogo da paz ao longe parecia pedir perdão por tudo que já destruiu desde que o mundo é mundo.
Para aqueles dois, o reggae que ouviam e a cerveja que bebiam lentamente eram apenas acompanhamento para aquele estado de espírito harmônico, e não fatores que o geravam.
O momento era aproveitado ali e na hora. Sem pensar no que era necessário fazer para desfrutar do futuro. Apenas aproveitavam. Apenas sentiam. Apenas eram. Eram apenas.
A pele gozava o vento morno que tateava.
Os olhos bebiam da infinita paisagem estática.
As palavras poucas eram digeridas sem pressa, cada uma repleta de sentido e significado, ao contrário das avalanches de vômito lexical, que nos assediam mentalmente sem pudor, no estonteante asco verbal imperativo que faz nossa sociedade-máquina girar e apodrece a mente.
-Em algum lugar do mundo, o dia deve estar horrível. - ergue a bebida - Um brinde aos nossos estranhos amigos. Que o Sol brilhe para eles outro dia, assim como brilha hoje para nós.
E beberam juntos ali aquele fim de tarde.
delsey paris luggage
Há 2 anos
Que o Sol brilhe para eles outro dia, assim como brilha hoje para nós..
ResponderExcluirMuito boa essa frase
A toast for those who are in absence of the sun, may they survive to see the sun and find their happiness
ResponderExcluirum brinde aos nossos estranhos amigos.
ResponderExcluirme identifiquei bro.